Chegou minha vez de partilhar a minha história vocacional: tudo começou quando morávamos em um vilarejo, da minha querida cidade de Lages-SC, eu tinha 7 anos de idade, e andávamos minha mãe e eu quase uma hora e meia para chegarmos até a pequena capela, permanecemos na Santa Missa dominical naquele dia, e no final da celebração eu vi o padre; já um senhor de idade avançada penteando o cabelo para o lado, e até parece gozado, mas eu disse para minha mãe; eu quero ser padre e pentear meu cabelo igual ao deste Padre! E nunca esqueci deste dia. Mas o tempo passou e distanciei-me da Igreja, meio que obrigado por minha mãe, comecei a fazer catequese, já então em uma área mais urbanizada de Lages. Certo dia em um ensaio de canto, um padre chamou-me para ajudá-lo a passar os slides de canto, e eu gostei muito do “serviço” ao qual ele havia me encobido, deste dia em diante passei a ajuda-lo na pastoral da comunicação, e até hoje continuo perseverante na caminhada da Santa Igreja rumo ao Pai.

      São duas pequenas histórias que marcaram minha vida, de uma forma inexplicável, muitas pessoas envolvidas, família, parentes, amigos, conhecidos e pessoas estranhas que depois tornaram-se conhecidas. Minha família de modo especial, que nunca se opuseram a minha decisão, a qual tomei com muita convicção depois de pensar, repensar muito, pois é, larga-se uma vida, para iniciar outra de total entrega, para Aquele que entregou sua vida para salvar a humanidade. E não posso deixar de mencionar que fui coroinha depois de tudo isso, e ser coroinha faz com que você perceba mais o valor de cada gesto na Santa Missa. Minha comunidade paroquial sempre apoiou-me e a eles também sou muito grato!

      Agora sou seminarista Redentorista, uma experiência esplêndida, estou muito feliz por minha formação, viver em comunidade um ajudando o outro, estudando nosso fundador Santo Afonso, saber quem ele foi, e tudo o que ele fez, é um orgulho para nossa caminhada. O seminário vai automaticamente fazendo de nós o molde para o trabalho missionário. Ser assíduo devoto de Maria Santíssima, como foi Santo Afonso Maria de Ligório, estudando ele vemos o quão era fascinado por Nossa Senhora. Ter nossa devoção a Mãe do Perpetuo Socorro, também faz parte de nosso carisma, pois o ícone foi confiado aos redentoristas.

      Esta é minha história vocacional, espero que o senhor (a) que está lendo, possa refletir sobre sua vocação, pois quando se faz com amor não se torna trabalho! Sejamos anunciadores da boa nova de Jesus Cristo, ir ao encontro do necessitado, ir ao pobre, à periferia, sermos uma Igreja em saída como pede o Papa Francisco. O povo já sofre tanto, vamos levar o que ameniza a dor, levar a Eucaristia nos locais inacessíveis, e torná-los conhecedores de Jesus Cristo. Como diz o canto: “Antes que te formaste dentro do ventre de tua mãe, antes que tu nasceste te conhecia, te consagrei, para ser profeta entre as nações eu te escolhi, irás onde enviar-te, o que te mando proclamarás. ” Diante desta estrofe podemos refletir muito sobre nossa caminhada de Igreja           Missionária, pois Ele sabe o que fiz, o que faço e o que farei!

Não tenhais medo, porém, não olhes para trás, pois quem pega no arado e olha para trás não é digno de servir a Ele. Temos que ter muita coragem, despojar-se de tudo, ver o Cristo no outro, ser o cristo nas atitudes, só assim seremos verdadeiros merecedores do Reino celeste. Sou apaixonado por Deus, pelo carisma redentorista, pela Igreja. Seja você também!    

                                                         Postulante Filipe Oliveira, Província de Porto Alegre - RS