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O Silêncio que ecoa o Mistério

  • Gedson Pablo
  • 24 de mai. de 2016
  • 2 min de leitura

Pode parecer estranho e contraditório falar e escrever sobre o silêncio, porque às vezes, compreendemos o silêncio enquanto ausência de palavras e de fala, no entanto, isto se trata de um conceito equivocado sobre ele. Silêncio aqui se trata do som que ecoa do mistério de Deus e da profundeza do coração do homem, portanto este silêncio fala mais do que a quantidade de palavras que nós somos acostumados a usar. Infelizmente, muitas vezes não entendemos isto e nos tornamos verdadeiras tagarelas diante do Amor silencioso de Deus que se cala e fala na hora certa. Como é difícil para nós nos silenciarmos diante do Santíssimo, silenciarmos diante de alguém que sofre pela perda de um ente querido, silenciarmos aprendendo escutar sem a pretensão de ter as palavras certas que resolverão a vida da pessoa.

As pessoas que não conseguem ouvir a si mesmas e as outras, também não conseguem ouvir a Deus. Como é difícil silenciar, escutar, falar pouco e falar aquilo que é importante, edificante e essencial. Por isso, que tal se nós aprendêssemos a ouvir no grito alarmante do Evangelho o silêncio que faz ressoar os gestos de amor de Jesus. Que tal fazermos a experiência de deitarmos nas “costas do vento” e deixar-nos ser guiados pelo"O amor [que] é dado de graça, semeado no vento, na cachoeira e no eclipse..." Carlos Drummond. Que tal aprendermos ler nas poesias o silêncio que fala daquilo que as palavras não conseguem alcançar. Que tal aprendermos a ouvir Deus no som das asas das borboletas, na risada da criança, nos acordes das músicas clássicas e no som da água da cachoeira batendo na pedra.

Com o tempo aprendi a auscultar Deus no relógio da minha vida que não tem ponteiros, apenas o tique taque que em cada badalar me revela um novo aprendiz. Por isso, vivo os Tempos incertos das horas certas, o passado, o presente e o futuro são como cadeias de acontecimentos que geram o eu-criança, o eu-jovem e o eu-adulto. Este trecho fez lembrar-me de uma experiência que tive e que através dela escrevi: Hoje como demorei reconhecer Jesus, o ouvia e via, Ele falava e sorria, não o conhecia. Mas de repente ao pedir-me para desenhar um relógio em meu braço, o reconheci no núcleo do tempo. Deus se revela a nós de forma muito simples e misteriosa: como uma criança brincando sem porque, como a chuva caindo no solo seco do sertão, como o canto do sabiá e quando o impossível se faz carne e nós dizemos o seu nome, Jesus.


Gedson Pablo

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